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Entrevista com Maria Aparecida Silva de Paula, diretora cultural da AESabesp e membro do Grupo de Trabalhos Técnicos do Congresso ABES-Fenasan 2017

Maria Aparecida Silva de Paula é graduada em Química Industrial pelas Faculdades Oswaldo Cruz, pós Graduada em Gestão Ambiental pela  Faculdade de Saúde Pública/ USP, Mestra em Projetos Socioambientais Gestão Internacional de Negócios pela Universidade Steinbeis – Berlim /Alemanha e possui MBA em Administração de Negócios, pelo  Instituto Mauá. Trabalha na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp. Na AESabesp é diretora cultural e idealizadora e gestora do Projeto Ecoeventus, Prêmio AEsabesp para expositores da Fenasan e Prêmio Jovem Profissional.

1 - Como está sendo a dinâmica do Grupo de Trabalhos Técnicos para avaliar o grande número de trabalhos enviados?

A parceria entre a ABES e AESabesp foi fundamental para avaliação dos 2567 trabalhos. Dividimos esses trabalhos para um grupo de especialistas da área de saneamento e meio ambiente e professores acadêmicos, cerca de 100 avaliadores. O trabalho tem sido árduo, mas gratificante. Como muitos avaliadores afirmam, temos que dar nossas contribuições para o saneamento e meio ambiente.

É válido ressaltar que temos uma equipe de avaliadores de primeira linha, quer na qualidade técnica, quer na abnegação desses parceiros em receber um volume grande de trabalhos. Até dia 30/03, já foram avaliados cerca de 1300 trabalhos. Estamos bem satisfeitos com o essa realização.

2 - Discorra sobre o objetivo da Premiação Jovem Profissional.

O prêmio Jovem Profissional tem o objetivo de permitir aos estudantes ou recém formados a oportunidade de apresentar um trabalho técnico que poderá se tornar um projeto a ser desenvolvido com o apoio da AESabesp ou com a entidade que o aluno escolher. A AESabesp, neste caso, estará contribuindo com o desenvolvimento do jovem por meio de pesquisa e apresentação final do projeto.

O prêmio divide-se em duas etapas: na primeira, o candidato participa com seu trabalho escrito que é avaliado e recebe uma pontuação. Na segunda etapa,  os trabalhos selecionados com maior pontuação são apresentados no último dia do evento, em sala especifica, quando são convidados três professores de Universidades, que participam como avaliadores de dissertação de mestrado ou da defesa de tese de mestrado e, então, com essa experiência avaliam os trabalhos dos finalistas. Os finalistas tem 15 minutos para apresentarem seu trabalho. A idéia é prepará-los para defender seus projetos no mercado de trabalho.

O jovem finalista vencedor recebe um troféu e uma bolsa no valor de R$ 10.000,00; os segundos e terceiros lugares também são contemplados com um tablet e e uma inscrição para o evento na edição seguinte, respectivamente.

O profissional vencedor se compromete a apresentar um trabalho referente ao curso que realizou no evento seguinte. Desta forma, a AESabesp cumpre o seu papel que foi qualificada como uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. A cada edição estamos aprimorando o prêmio para que o aluno vencedor tenha interesse em desenvolver trabalhos voltado ao meio ambiente ou saneamento , porém dentro das premissas do projeto Ecoeventus, este terá um destaque em outra edição.

3 - Em 2017 houve maior interesse do Jovem Profissional em inscrever trabalho?

Esperávamos uma maior quantidade de trabalhos em função das parcerias ABES/ AESabesp, porém o que nos surpreendeu positivamente nestee ano é que saímos de 80 trabalhos em 2016 para1011. Será muito difícil escolher os 10 trabalhos finalistas e destes 6 para apresentação na fase final.

4 - Como a sra. avalia o interesse do jovem profissional técnico para o setor de saneamento no Brasil?

Essa geração de até 35 anos já recebeu na fase fundamental os primeiros conceitos de respeito ao meio ambiente. Portanto, fica mais fácil escrever e se interessar pelo saneamento e meio ambiente. O nosso principal rival é a questão de remuneração , que por vezes leva o interesse desses jovens para atuação no setor privado.

Estamos bem satisfeitos com a busca destes jovens em se dedicarem com pesquisa nesta área. Já temos universidades que dedicam uma semana para refletirem e apresentarem trabalhos e especialistas para discorrerem sobre o tema. Aos poucos essas manifestações tímidas atingiram um maior volume de escolas e universidades incentivando a discussão e troca de ideias e pesquisas sobre o tema.

5 - Qual é o perfil desses profissionais? O que podem oferecer? E o que podem esperar?

É diversificado uma vez que eles vem de todos os estados brasileiros, mas geralmente são profissionais que atuam no saneamento e meio ambiente, jovens graduados ou que ainda estão estudando, que trabalham em concessionárias de saneamento e também, para nossa surpresa, jovens que atuam em empresas privadas também.

Acredito que cada vez mais a parceria entre entidades na área de saneamento e meio ambiente tem ocorrido trazendo um ganho quanto à celeridade na busca de solução de problemas.

O que o jovem profissional pode esperar deste setor é o aprendizado, aquisição de experiência na solução de problemas, ser reconhecido no meio, além de participar de um grupo de especialistas de primeira grandeza. Isto não se aprende em nenhum livro. Esta integração entre especialistas, professores e jovens oxigena o meio, agiliza a solução de problemas e aumenta muito a rede de relacionamentos "network", facilitando a colocação ou recolocação no mercado, além de ampliar a visibilidade da equipe toda.

6 - A remuneração de mercado e as inovações tecnológicas no setor de saneamento ambiental são suficientes para atrair quem ingressa no mercado de trabalho?

Não acredito a remuneração, embora importante, seja o interesse principal dos profissionais do saneamento. Eles atuam porque tem um interesse em superar os desafios e sonham com um país com melhores condições de vida. E é claro que a inovação tecnológica é um fator essencial para este objetivo; por isso o busca, o conhecimento e capacitação para o operar as novas tecnologias tem que ser constantes.

7 - É preciso ser mais idealista do que materialista para dedicar uma carreira ao saneamento ambiental?

Sim, eu acredito que a maioria dos profissionais são mais idealistas que materialistas. Conversando com eles, principalmente com a moçada, sinto que acreditam em despoluição, na erradicação das doenças de veiculação hídrica, na otimização de processos para baratear o acesso e atingir um maior número de usuários da rede de água e esgotamento sanitário.

8 - Como o resultado do trabalho em saneamento ambiental impacta na sociedade?

Como já mencionado, ampliar a oferta dos serviços de água e esgoto assegurando a sua qualidade e regularidade. Dessa  forma,  ampliamos as condições para uma boa qualidade de vida para as pessoas, principalmente, se  reduzimos o índice de internações por doenças provocadas por veiculação hídrica.


(*) Maria Aparecida Silva de Paula é graduada em Química Industrial pelas Faculdades Oswaldo Cruz, pós Graduada em Gestão Ambiental pela  Faculdade de Saúde Pública/ USP, Mestra em Projetos Socioambientais Gestão Internacional de Negócios pela Universidade Steinbeis – Berlim /Alemanha e possui MBA em Administração de Negócios, pelo  Instituto Mauá. Trabalha na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp. Na AESabesp é diretora cultural e idealizadora e gestora do Projeto Ecoeventus, Prêmio AEsabesp para expositores da Fenasan e Prêmio Jovem Profissional.

Congresso ABES / Fenasan 2017